Vai lá, guitar bands clássicas são sempre pegajosas e vivem nas prediletas dos que tem bom gosto para coisa, se nos Estados Unidos temos Dinosaur Jr, Sebadoh, Moviola e mais recentemente Times New Vikings, na Escócia temos Urusei Yatsura, Delgados nos primordios no Brasil também não ficamos para trás, vide Pelvs, Second Come e agora fincando um ep daqueles de arregaçar temos Top Surprise, ah não conhece?!?!Então meu caro, é melhor começar a se preocupar, pois ou você esta ficando para trás, ou alguma coisa errada esta acontecendo, porque sinceramente, a recomendação deste que vos escreve é simples, leia atentamente a entrevista concedida pelo camarada André que ilustra exatamente o que é essa pancada recheada de de distorção, lo-fi, crueza, ou seja é musica feita de verdade, a pureza envolta as 6 canções contidas nessa petardo é digna de fazer um back to 90´s logicamente que com as caracteristicas de hoje, é fato que o debut do Top Suprise, Everything Must Go precisa constar em seus arquivos e mais, é preciso ter o artefato, ponto final.
Leia o que os caras tem a dizer mas antes pegue o arquivo, coloque em alto e bom som e dai sim comece a ler, tem tudo a ver.
***** Interview with Top Surprise *****
Q. Como tudo começou?
A. O Daniel nasceu junto comigo, somos gêmeos. Não me imagino tocando sem ele. A Bruna eu conhecia de longa data, sempre a quis na minha banda. A mesma coisa com o Fil. Fomos nos encontrando aos poucos, a Bu por amigos em comum, o Fil virou meu colega na faculdade. A banda da minha adolescência acabou virando a banda dos meus sonhos, e agora nos chamamos Top Surprise.
Q. Como foram os processos de gravações do EP...de onde vêm suas ideias? E o papel do Le Almeida, como foi trabalhar com ele?
A. É difícil estabelecer de onde vêm as idéias. Acho que das pessoas ao meu redor, em primeiro lugar. Pessoas que eu admiro, coisas que eu ouço, conversas interessantes. Mas eu dou duro em cada música, jogo muita coisa fora, quebro a cabeça em cada detalhe. Não que não seja um processo divertido também. E o resto da banda contribui muito.
A gravação foi muito alto astral, o Lê é um irmão. Fizemos tudo em um fim-de-semana, a banda inteira dele dormindo na sala aqui de casa. Ficávamos jogando baralho, conversando e tomando um porre gigantesco. A bateria no quarto, a gente cantando no banheiro, gravando guitarras no meio da sala. Eu moro em apartamento! Mas eu estava tranqüilo; se tem alguém em quem eu confio, é o Lê. Depois eu fui ao Rio para finalizarmos tudo com o Paulo, do Fujimo, que é outro bom amigo.
Q. Quais tuas influências? Cite alguns álbuns de cabeceira?
A. Essa pergunta é difícil. Os Eurosambas, do Gilbertos; Alien Lanes, do GBV; Fantasma, do Cornelius; Fear Of Music, do Talking Heads. Não consigo escolher. Pelvs, Cigarettes, Killing Chainsaw, Grenade, Second Come, essa geração toda. Vale citar selos? Flying Nun, Matador, Sub Pop, K. Times New Viking, Lê Almeida. Neutral Milk, Fellini, Dinosaur Jr., Joy Division. Nirvana, que é quem começou tudo pra mim. MBV, Breeders, João Gilberto.
Q. E os shows? Qual a sensação de tocar ao vivo? Quando rola um show aqui em Sampa?
A. Tocar ao vivo é a melhor parte. O show da Top Surprise é mais barulhento e caótico do que seria possível transmitir na gravação. Somos bem amadores. Não vejo a hora de tocar em SP. A Bu está morando aí agora, o que barateia um pouco o deslocamento. Levem tampões de ouvido.
Q. Que bandas você tem escutado atualmente? Quais indica para a galera gringas e nacionais?
A. Indico a árvore genealógica de Ohio, do Mike Rep ao Times New Viking, passando pelo Guided By Voices, Breeders, Moviola, etc. Ouvi bastante esses tempos o Alastair Galbraith, da Nova Zelândia, e descobri agorinha mesmo uma banda americana dos anos 90 chamada Lenola, que segue a linha do Thinking Fellers, Swirlies — excelente. Do Brasil, Carpete Florido, Fujimo, toda a galera da Transfusão. Gosto também da Lulina. E tem uma banda legal da Costa Rica chamada Las Robertas, que puxou papo pelo Myspace recentemente, lembra Breeders e Vivian Girls.
Q. Quando sai o álbum cheio?
A. Não tenho pressa, vai vir quando eu me sentir pronto. Pode ser no ano que vem, como pode demorar alguns anos. É importante que todas as músicas sejam únicas, completas, só quero gravar o que eu produzir de melhor. Não sou super prolífico, e não tenho nada contra o formato EP, que por sinal acho o mais atual. Pretendo fazer um grande disco um dia, e isso exige muita preparação. Depois disso eu mudo de área, vou escrever um romance, tirar fotos, aprender a cozinhar.
Q. Quais cover versions vocês gostariam de tocar?
A. Nós tocamos algumas em shows. Aproveitamos a gravação pra registrar Silvye’s Head, do My Bloody Valentine, e uma do Times New Viking. Tem também Neutral Milk Hotel, Ween, Breeders. Acho que seria curtição tocar alguma da Pelvs.
Q. Alguma informação adicional para nós?
A. O EP saiu em cassete pela Pug Records, dêem uma olhada no site. E sai em breve o CD-R pela Transfusão. Acho que isso é tudo. Grande abraço.
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Valeu André....!!!!
www.myspace.com/topsurprise
www.pugrecords.com
Top Surprise - Everything Must Go EP