segunda-feira, 30 de março de 2009

Midway Still


Esse mundo da música é muito bacana mesmo, vejam só as coisas como são, tempos atrás lá no Amor Louco o Tadeu postou a coletanea Another Kind of Noise, complição das antigas que foi lançada em vinil creio que só aqui no Brasil, onde dentre outras coisas tinha Spitfire, Silverfish, God Machine e Midway Still, dai os comentários que se seguiram era o fato de o Dial Square, debut dos caras, era absurdamente dificil de achar e tal e eu coloquei lá que tinha e dai o Tadeu pediu para passar para galera, e eu logicamente acabei esquecendo mas por preguiça do que qualquer coisa, mas dai vem a coincidência das coincidências, vai vendo, sexta feira passada lá pelas 22:00 hrs...estou eu no Soul Seek dando aquela fuçada básica procurando o 2º album do Solar Powered People, que por sinal ainda não achei, e dentre as atualizações de busca me depoaro com um tal de "maoc" fui ver os arquivos do cara e logo de cara me liguei que o cara era brasileiro e sua coleção tinha grandes bandas "desconhecidas" meio que parecido com os meus arquivos...dai achei muito muito suspeito e imagine, acho que é ou o Tadeu ou o Miguel, e mandei a mensagem "bela coleção hein, parabens!!!" - dai o sujeito muito educado respondeu; "obrigado, aparece no nosso blog" - eu quase rindo perguntei "qual o endereço" e o cara me solta.....http://amorloucobr.blogspot.com/....eu comecei a gargalhar em casa....e soltei "quem é você Miguel ou Tadeu" o cara falou "Miguel, e você" dai soltei "renato malizia" e logicamente veio a sequencia "porra renato"....e ficamos trocando ideia e tal, e o Miguel me lembrou que a galera estava querendo o Midway Still, e chegamos ao post de agora...como negar um pedido do mestre Miguel?"???!?!?!?!?!impossivel.....
Pois é, depois da historinha, um pouco de informação minha pessoal com a banda, meu primeiro contato com o Midway Still, deve ter sido em 1992 data do lançamento do EP Wish, onde eles detonavam tanto a faixa titulo, um petardo a´la Husker Du como uma releitura bacana de You Made me Realise do MBV, pronto cover de MBV em pleno auge do Shoegazer, os caras me ganharam, se bem que nunca foram uma banda de cabeceira para mim mas eu sempre gostei desse trio londrino, o fato é que em meados de 1993/1994 os caras viraram febre nas casas alternativas de sampa graças ao hit Better than Before, um que de Teenage, Dinosaur Jr e Husker Du, com um apelo pop fortissimo, os caras emplacaram clip na MTV, a musica rolava em todas as ditas radios alternativas de sampa e é isso ai, Better than Before é o carro chefe de Dial Square o primerão dos caras bem, mas bem voltado para a linha Lemonheads e Dinosaur e afins, um belo algum que merecia até mais destaque do que teve, depois desse album os caras lançaram alguns singles e um segundo album Life´s too Long que teve uma fraca repercussão comparada com o primeiro, mas que é outro belo album com a mesma pegada.
E para presentear meus amigos e companheiros do Blog Brother, segue abaixo links para os dois albuns do Midway e 2 singles dos caras o primeiro I won´t try e Better that Before e a versão de You made me Realise....recomendo treinar o air guitar e mandar ver nos acordes grudentos dessa bela guitar band!!!

domingo, 29 de março de 2009

Stellarium´s Tsunami

Depois de uma longa conversa agora pela manhã com o AZ, guitarra, vocal e multimidia do barulhento Stellarium, banda altamente recomendada de Singapura, dentre outras coisas, nossa conversa passou de referências a letras a tiração de sarro mutua entre nós, até a algumas novidades me enviadas, fechando em otimas gravações do projeto solo do cara Disco Ditto, dentre outras coisas, o que impressiona mesmo é a verve wall of sound dos caras...saquem só a versão arrasta quarteirão para o clássico do Skywave - Tsunami, e se não comprovar que os caras são barulhentos e fodas, vai no you tube e assiste Allison do Slowdive ou algumas outras que tem por la...para quem gosta de noise é prato cheio!!!!

sexta-feira, 27 de março de 2009

Wry´s Year

Sorocaba so much to answer for....é anos se passaram e os caras estam ai, bagagem enorme nas costas e um album novissimo bom pra cacete, é isso ai, chegou na minha mão ou melhor no meu note, She Science, totalmente dream pop...o que mais me agrada de cara é a ambientação, melodioso até a medula, Mario Bross e gang demonstram uma sinergia absurda é só escutar a abertura, Nothing´s Changed é a pureza do dream pop aquele toque luxuoso de um Ultra Vivid Scene daqueles clássicos absurdos...alias depois de ouvir o album umas 4 vezes no repeat é a impressão que me deu....o Wry fechou com o dream pop fortemente e é examente dai que surge o belissimo She Science, recomendado para a nova safra de indies bem como as revivalista dos quais eu me enquadro!!!

A Beautiful Noise by The Voices


Galeses, shoegazers, o The Voices é a tipica banda perdida dentre inumeras preciosidades do mundo das muralhas de guitarras que voltaram a tona nos ultimos anos, e esses caras praticam como disse meu camarada Tadeu do grande Amor Louco uma "espetacular sinfonia noise" o que eu basicamente assino e endosso, o encontro do wall of sound de classicos como Telescopes e Jesus unido aos sintetizadores de não menos clássicos como Suicide e Curve, resulta diretamente no som do Voices que a meu ver é siames ao tão igual fantastico Screen Vinyl Image (Tadeu / Miguel escutem isso hein!!!), sem maiores firulas o homonimo e o The Sound of Young America são obras sensacionais do novo e maravilhoso mundo dos aficcionados por distorção.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Reading Festival

Reading, Inglaterra, na realidade mais conhecida pelo notorio festival anual onde memoráveis apresentações já ocorreram, do que pelos seus exponentes em si, trouxe ao mundo duas mágicas bandas, responsáveis diretas pela alcunha da Scene That Celebrates Itself, esta por sua vez, responsável por este blog. Lembro-me exatamente de uma edição do extinto semanário inglês Melody Maker, onde trazia na capa 3 bandas; Chapterhouse, Ocean Color Scene e Moose, dentro, uma extensa matéria dissecando o recém criado rotulo da Cena que Celebrava a ela Mesma, mais ainda, na parte do semanario onde os criticos elegiam o Single of The Week, estava cravado o EP Sunburst do Chapterhouse, com a clássica Something More, a tensa Satin Safe e a rendenção de Rain de Lennon e McCartney, e a estréia do conterraneo Slowdive com o single homonimo Slowdive, com a sensacional slowdive e a responsável pela sonoridade de 90% do que popularmente chamou-se de shoegazer Avalyn, copiada e inspiração maciça para todos os fãns do shoegazer sound.

Depois desta edição da Melody Maker, era fins de 1990, tudo virou um turbilhão de wall of sounds, o auge e o declinio da Scene that Celebrates Itself foi tão intenso quanto seu inicio, tão rapidamente Chapterhouse, Slowdive tornaram-se darlings da midia e de publico, tudo era listras, franjas e pedais, delays, muralhas de guitarras, sentimentos, um periodo turbulento e efemero que somente quem presenciou, e por bem ou mal, me incluo absurdamente dentro disso sabe do que estou me referindo, independentemente do que representou ou o tanto quanto foi influente, visto que em contrapartida ao lançamento do Whirpool e do Just for a Day, era o auge de Kurt Cobain e o Nirvana tomou de assalto o mundo, o fato é que naqueles anos, 1990-1991-1992, tudo basicamente aconteceu num ciclo absurdamente rapido, vejam que as obras das bandas datam exatamente destes anos, Loveless, Nevermind, Whirpool, Just for a Day, Nowhere, só para ficar nos mais extremados em termos de influência, o fato é que o estrago foi muito muito fundo.

E o Reading Festival destes loucos anos, teve justamente em seus dois expoentes os seus anos de glória - The Scene That Celebrates Itselfs....

segunda-feira, 9 de março de 2009

Maria Angelica Doesn´t Live Here Anymore

Passei anos querendo escrever algo sobre uma das bandas mais importantes para mim, não, não estou exagerando, em termos de postura comportamental, em termos de conhecimento, atitude mesmo, confesso que fui totalmente influenciado pelo Naporano, se sou do jeito que sou, muito se deve a figura controversa desse cara, critico ferrenho e apaixonado por música, mas música mesmo, vou dizer que eu lia as resenhas e corria atrás para ouvir o que o cara recomendava, coisa de fã mesmo, não a toa que inicie os estudos em jornalismo meio que motivado por estas coisas todas, mas isso eu cheguei a conclusão mais de 10 anos depois, mas me enchi do curso, me enchi de todo o meio metido a besta, da auto exposição banal destes pseudo analistas da música contemporanea e cai fora dessa merda toda, mas desde o ano passado, voltei a escrever para mim, pois é, sei lá por que cargas d´agua esse tesão voltou, meio que esse revival de shoegazer com várias bandas e tal, aquele resgate das class of 86 também esta bem latente, talvez isso me deu uma revigorada, mas voltando ao assunto, o Naporano criou além de tudo isso que coloquei, o cara foi o responsavel por esta magnifica banda, injustiçadissima diga-se de passagem, chamada Maria Angelica Doesn´t live Here Anymore, um combo ao melhor estilo Do it Yourself com uma duração curtissima, que lançou na minha concepção uma obra prima chamada Outsider, um album tão simples, mas tão simples, que se torna a cada audição rico e grandioso, o motivo, purity!!!!é isso gravado basicamente ao vivo, este album dividiu em determinado momento em meu velho aparelho de som junto com o 1º HOL e o Ins´t Anything, exagero?!?!?!?!exagero o caralho, quem não conhece, Purple Thing, Shyness, Hotel Hearts não sabe o que representa este album a frente do seu tempo, sim, no Brasil, tinhamos boa bandas da grandeza de Fellini dentre outros, mas o Maria Angelica era a parte de tudo, eles soavam como as bandas da class of 86, um mix de Razorcuts e Wedding Present talvez, eu até digo que existem dois hinos da epoca, Big Pink Cake e Shyness, mas o fato é que o Maria Angelica mesmo sendo rotulado de anorak, regressivo e derivados, o som em si é unico, punk, bubblegum, indie, pouco importa o Outsider é unico e eterno.....pera ai, pera ai, pera ai...não acaba aqui a obra dos caras, ainda rolaram dois fenomenais registros sequencias, o EP Full Moon Depression e Stroboscopic Cherries, ambos mais luxuosos em termos de produção e mais asperos e acidos no que diz respeito a verve de Naporano, me excita ouvir Full Moon Depression ...Oh baby it´s allriiiight!!! brada Naporano lá pelas tantas da canção, totalmente influenciada por Tom Verlaine e seu Television, as guitarras gritam, choram, esperneiam literalmente na canção que é um epico delirante (...i love you in a dreamtime baby, you betrayed me in summertime, i don´t speak any word, because it seems so all right....) eu berro isso toda vez que escuto....tento chegar no timbre de Naporano....e as canções vão passando como num desfile sem fim....Veridiana, An affair to forget, a flush to the flash.....enfim tudo é marcante, as capas os encartes, cuidadosamente produzidos totalmente acima do que vinha sendo feito.....hoje o Naporano esta vivendo em Curitiba e talvez quem sabe, pela graça divina a discografia do Maria Angelica possa finalmente chegar a era digital, o que seria realmente um acontecimento, talvez um Box com livro e tudo mais, só digo que li em algum lugar que até possibilidade de shows acusticos poderão acontecer, mas realmente eu não acredito simplesmente, porque para mim a obra do Maria Angelica Doesn´t Live Here Anymore já esta marcada para sempre o que estes caras produziram em termos musicais, conceituais e todo o bla bla bla que alguém possa vir a escrever é muito pouco, perto do sentimento de ouvir o final apoteótico de full moon depression:
...I lived a full moon depression
so carefully i´m learning to be a rock
despite everything
my veins are searching for a voice...

- Full Moon Depression EP - http://www.mediafire.com/?yq4qtuizjyy

sexta-feira, 6 de março de 2009

The Sounds of Medicine

Duas semanas, talvez seja mais ou menos este o tempo que insistentemente pego e coloco os dois primeiros albuns do Medicine seja no carro, seja em casa, tá foda, o Medicine sempre fez este estrago comigo, no bom sentido claro, desde quando conheci as obras primas Shot forth Self Living e A Buried Life, o noise shoegazer destes americas de Los Angeles me tomaram de assalto, a banda é focada nas guitarras do genial Brad Laner, dono da banda, um cara tipo Kevin Shields, com as devidas proporções é claro, mas que evidentemente foi meio que na epoca uma "resposta" aos shoegazers ingleses, só que os albuns foram lançados pela Creation, nada bobo o Sr. Alan McGee, afinal de contas a data de lançamento do primeiro do Medicine é 1992, auge de toda a cena, mas o Medicine na epoca não estourou como merecia, principalmente porque o Shot Forth Self Living é um album arrasador do inicio ao fim, imagine a abertura com One More, uma catarse de 9:00 minutos de puro noise, camadas estridentes de guitarras sobrepondo o vocal da Beth Thompson que diga-se de passagem é magistral também, dai o album vai seguindo Aruca que é tipo Soon do MBV, seguindo com Detective, grandes guitarradas nesta ai, e o nivel vai até o fim com Christmas Song outro petardo de Brad Laner, um album totalmente obrigatorio para qualquer admirador de música contemporanea.


Daí no ano seguinte os caras soltam o The Buried Life, na mesma linha, um pouco mais experimental é claro, lances eletronicos envoltos nas camadas inconfudiveis de Brad e o vocal agridoce da Beth, tão obrigatorio quanto.

Depois destes dois anos ainda lançaram um mini album The Sounds of Medicine com o clássico Time Baby III, que compos a trilha sonora do Corvo, depois disso a banda meio que sumiu, e voltou com Brad e outra formação lançando o album The Mechanical Forces of Love sem a pegada e a verve de outrora....