Escutar um album pela primeira vez só por ler referências, influências, gera uma expectativa sempre acima da média, o que muitas vezes pode ser frustante, mas quando a audição supera as todas as expectativas e melhor quando transcende o que você espera, dai acontece sempre o seguinte, a obra acaba sendo adorada e elevada a esferas grandiosas. Como eu adoro essas sensações e quando acontece, torna-se inevitavel um sentimento de quase devoção e novamente aconteceu comigo, desta vez com os americanos do Brooklyn, sob a alcunha de Black Swan Green e a obra intitulada The Ruin Gaze, shoegazer gélido da mesma forma que o Nowhere o é, o BSG impressiona com a frieza de suas guitarras, um ar epico conduz todas as canções deste Ruin Gaze, com fantasmas de Robert Smith e Mark Burgess por todos os lados, canções como Waxwing, Darker Self, Easy Way te prendem de tal forma que sugere-se ouvir a obra prima em um quarto escuro bem alto sentindo e absorvendo bem o clima do album. Fascinantemente o fio condutor do album passeia por outras guitarras, ressoando Afghan Whigs em algumas passagens como na pungente Teary Eye Waste onde o sentimento de Gregg Dulli é presente e muito forte, mas nunca sendo agressivo em termos de velocidade ou algo gritado, aqui o noise é lento e hipnotico, desesperador e soturno. Sem mais perda de tempo, eu recomendo a audição urgente desta obra maior, não esqueça, Black Swan Green e seu majestoso The Ruin Gaze.
Black Swan Green - The Ruin Gaze - http://www.mediafire.com/?tm2yzgvmm5d